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O Controle dos Sentidos

Quando caminhamos rumo a Revolução da Consciência e buscamos a Morte do Ego, é crucial que aprendamos a controlar corretamente nossos sentidos e percepções (o que vemos, pensamos, ouvimos etc).

 

Nosso ginásio psicológico do dia a dia está repleto de situações que são como facas de dois gumes, podem nos destruir ou nos elevar (espiritualmente). Os eventos/situações/objetos/pensamentos são como agentes desencadeadores das reações egoicas, fazem aflorar o Ego nos diversos centros da máquina humana. Uma vez descobertas cada uma das reações egoicas (os detalhes do Ego) devemos suplicar por suas respectivas eliminações. Mas isso não é tudo.

 

Uma vez eliminados, devemos continuar pondo atenção em nossos sentidos, ou seja, para onde direcionamos nossa consciência, durante os afazeres diários, pois, se deixarmos que nossa consciência se distraia, ela poderá se prender aos objetos/eventos fascinantes por meio dos sentidos, e então, detalhes que já foram eliminados podem renascer e aprisionar nossa essência novamente.

 

O ideal é focalizarmos a nossa consciência, ou atenção, exclusivamente na atividade que estamos executando no presente, evitando que a mesma se distraia. Já vimos a importância deste pormenor em textos passados.

 

"Acaso vocês refletiram sobre o que é a consciência? Com que poderíamos compará-la? A um raio de luz que se pode dirigir a uma parte ou outra, isso é óbvio. Devemos aprender a colocar a consciência onde deve ser colocada. Onde estiver a consciência, ali estaremos nós." (Samael Aun Weor)

"A consciência é algo que devemos aprender a colocar inteligentemente onde deve ser colocado. Se colocarmos nossa consciência em um bar, ela agirá em virtude do bar. Se a colocarmos em uma casa de prostituição, ali estará e, se a colocarmos em um mercado, teremos um bom ou mau negociante. A consciência está, desgraçadamente, aprisionada. Um eu de luxúria poderá levá-la a uma casa de prostituição. Um eu de bebedeira poderá carregá-la para um bar. Um eu cobiçoso levar-nos-á a um mercado. Um eu assassino nos levará à casa de algum inimigo etc." (Samael Aun Weor)

 

Os sentidos (Visão, audição, paladar, tato, olfato) devem ser controlados através do correto manejar da consciência. Se em nosso campo de percepção (visão, por exemplo) há objetos de desejo (não importa o tipo de desejo, seja luxúria, seja gula, seja cobiça etc), devemos desviar conscientemente nossos sentidos destes objetos, do contrário o defeito correspondente será fortificado. Com relação aos sentidos internos (pensamentos) já discorremos em textos passados como devemos lidar. O foco deste texto são os sentidos externos.

 

A consciência no campo de percepção físico (visual) pode ser controlada por meios aparentemente simples como desviar o olhar, mudar de posição etc, dependendo do contexto. A partir daí, o ego tentará atuar no centro motor impulsionando uma ação contrária a que intentamos. Quando isso ocorrer, devemos nos recordar de nós mesmos, pois, a recordação de si mesmo rompe a identificação com o Ego e com o objeto/evento. Então, devemos orar fervorosamente a Mãe Divina, até que o impulso egoico cesse. A transformação das impressões pode ajudar e muito.

 

Sabemos que não devemos nos identificar com os objetos de desejo/aversão. Uma atitude prudente para tanto é, também, em muitos contextos, evitar o contato com tal objeto de desejo/aversão que aprisiona nossa essência. Evitamos o contato por meio do controle dos sentidos. Mas isso só devemos fazer depois de já termos constatado o caráter fascinatório de tal objeto/evento (Em outras palavras, descobrirmos atuações do ego dentro de nós relacionadas a tal objeto/vento). Se nos isolarmos de todas as situações da vida, não descobriremos as atuações do ego dentro de nós e não teremos a possibilidade de eliminá-lo (Morte em Marcha). Portanto, o processo para cada objeto/evento é descoberta, eliminação e controle dos sentidos. Esse é um processo cíclico. Quando algo novo é descoberto, esses 3 processos deverão se repetir, para que nossa consciência não se aprisione novamente.

Na etapa da descoberta, Devemos enfatizar que devemos deixar que o ego aflore mas não que ele atue,  pois são coisas distintas. A partir do afloramento de um detalhe do ego, podemos observá-lo, compreendê-lo e orar por sua eliminação. Se deixarmos que ele atue, ele estará sendo alimentado.

 

Podemos controlar os sentidos de diversas formas: Evitando olhar para pessoas do sexo oposto desnecessariamente, alimentos saborosos, objetos cobiçados, pessoas irritantes etc., ao mesmo tempo em que devemos estar concentrados em nossas atividades cotidianas. A oração (Morte em Marcha) nos ajuda nesses momentos. Nada disso é possível sem o choque da recordação de si mesmo.

 

Há situações em que não é possível mudarmos de posicionamento ou desviar o olhar, ou evitar estar em lugares onde há determinados objetos. Nesses casos, devemos desenvolver uma disciplina de olhar fixo, numa só região que não alimente nossos defeitos. Um exemplo: A disciplina de olhar sempre do pescoço para cima pessoas do sexo oposto, em momentos de interação social ou também nas ruas, ambientes públicos etc. O mesmo é válido para objetos que estimulem outros tipos de defeitos. Inicialmente isso pode ser algo difícil, mas com a prática constante torna-se um hábito. Enquanto haja dificuldades para nós, devemos orar com fervor (Morte em Marcha). A recordação de si mesmo e a transformação das impressões são imprescindíveis em situações que não conseguimos evitar, por exemplo: Cheiros de alimentos que nos façam aflorar gula, transporte público lotado e contato físico inevitável com pessoas do sexo oposto etc. Se não recordamos de nós mesmos, acabamos nos identificando e nossa consciência adormecerá. Essas são somente possibilidades, a lista de situações varia e pode ser mais extensa de acordo com a vida de cada um.

 

O inter-relacionamento com pessoas antipáticas serve-nos como um espelho dos defeitos que precisamos trabalhar, então, nesse caso, não podemos descartar essas interações. Devemos aproveitá-las com equilíbrio e consciência. A própria vida nos colocará em meio a interações com essas pessoas, pois, “A iniciação é a nossa própria vida, sabiamente vivida” (Samael Aun Weor). Nossa consciência saberá o momento exato de evitarmos o contato com tais pessoas, que é quando já descobrimos o motivo da antipatia pela mesma e quando sabemos que a interação com a mesma não nos terá mais nada a acrescentar em termos de autoconhecimento.

 

“Em tempos de rigorosa tentação, abatimento e desolação, deve−se apelar para a íntima recordação de si mesmo”. (Samael Aun Weor)

 

No controle dos sentidos está incluso a disciplina com o uso de redes sociais e internet, pois, fotos, imagens, vídeos, podem roubar nossa consciência, portanto devem ser retirados de nossa percepção tanto quanto possível. O conteúdo visto pela internet deve ser altamente selecionado por nós. O aspirante gnóstico deve evitar ver a todo custo: Fotos sensuais, pornografia, cenas de violência, discussões (sobre política, religião) etc., pois alimentam emoções inferiores e defeitos nossos (Obs: Na Gnosis nós buscamos a verdadeira libertação que não se dá por meio da política do mundo, isso será abordado em temas futuros). É urgente, inadiável a substituição de coisas degradantes por coisas edificantes e superiores: Gnosis, música clássica, filmes religiosos, de natureza, dentre muitos outros. Devemos utilizar a internet de forma construtiva e não destrutiva espiritualmente. Como vivemos num mundo social, é impossível não vermos ou ouvirmos algumas vezes más notícias nas mídias. Nesses casos não devemos nos identificar e aplicar a Morte em Marcha.

 

Devemos saber viver no mundo num processo constante de descoberta, eliminação e controle dos sentidos, pois esta é a nossa escola, o nosso ginásio psicológico. Se nos isolamos definitivamente da civilização, não é possível a autodescoberta. E se não recordamos de nós mesmos e não oramos, não há eliminação e nem controle dos sentidos. Também não devemos nos entregar ao mundo e deixar os sentidos sem controle. O isolamento deve ser consciente e equilibrado.

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